As doenças inflamatórias intestinais (DIIs), que incluem a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, provocaram 170 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dez anos. Esse levantamento é da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) com base no Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde. Houve um aumento de 61% nas internações em 2024 (23.825) em comparação a 2015 (14.782).
Essas enfermidades crônicas afetam o trato gastrointestinal e ainda não têm cura definitiva.
A diretora de comunicação da SBCP, coloproctologista Ana Sarah Portilho, destaca que o crescimento das internações se deve tanto à maior severidade dos casos quanto ao aumento da incidência, ou seja, mais pacientes novos sem tratamento. Ela também observa maior concentração de casos em capitais e regiões urbanizadas e industrializadas.
Os sintomas mais comuns das DIIs incluem diarreia crônica (com sangue, muco ou pus), dor abdominal, urgência para evacuar, perda de apetite, cansaço e emagrecimento. Em casos graves, podem surgir anemia, febre, distensão abdominal e manifestações extraintestinais como artrite, dermatite e uveítes. A retocolite ulcerativa atinge a mucosa do intestino grosso, enquanto a doença de Crohn pode afetar todo o trato gastrointestinal, comprometendo todas as camadas do intestino.
Leia também:
– Poluição por ansiolíticos altera comportamento e ameaça sobrevivência de peixes
– Brasil reafirma compromisso com a Economia Solidária
Campanha Maio Roxo
Os fatores que levam ao surgimento dessas doenças ainda não estão totalmente esclarecidos, mas envolvem genética, ambiente e sistema imunológico. O tabagismo agrava o quadro. O diagnóstico é feito por histórico clínico e exames como endoscopia, colonoscopia, tomografia e ressonância magnética.
A SBCP promove a campanha Maio Roxo para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que pode melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações graves, como a necessidade de cirurgias. O presidente da SBCP, Sergio Alonso Araújo, enfatiza que o tratamento iniciado nos primeiros dois anos de sintomas tem melhor resposta.
O manejo das DIIs inclui alimentação saudável, cessação do tabagismo, exercícios físicos e uso de medicamentos como aminossalicilatos, imunossupressores e imunobiológicos, conforme o caso. Recentes avanços terapêuticos ampliam as opções para os pacientes.
O Maio Roxo, que tem o dia 19 de maio como Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais, reforça a necessidade de atenção a essas doenças que afetam principalmente adultos jovens em fase produtiva, impactando sua qualidade de vida, trabalho e família.
Fonte: ICL Notícias