Movieco promove terapia sobre como lidar com o luto da pandemia e retomar à normalidade da vida

Estes últimos dois anos de pandemia certamente não foram períodos fáceis de vivenciar. Pensando justamente na dor e nas dificuldades que várias pessoas e famílias enfrentaram ao longo de 2020 e 2021, o Movieco convidou a terapeuta e psicanalista Laura de Freitas para realizar uma vivência integrativa comunitária com o tema Como lidar com o luto trazido pela pandemia. A terapia comunitária, gratuita e presencial, foi realizada no Espaço Ecologia do Ser no dia 19/11/2021 e está disponível na íntegra no canal do Movieco no Youtube.

Como retomar a vida no pós-pandemia que se aproxima? Como começar 2022 com mais ânimo para continuar a vida, apesar da perda sofrida?

O objetivo do encontro foi auxiliar as pessoas nessa nova fase da vida, pensando sobre seus medos e entendendo como lidar melhor com este processo todo. Para conferir a terapia na íntegra, acesse o canal do Movieco no Youtube, clicando aqui.

Os efeitos do isolamento social afetou diretamente a saúde mental da população como um todo, que passou a sofrer com o agravamento, ou com o surgimento de transtornos mentais.

Conheça alguns efeitos psicológicos da pandemia

Visando entender e explicar melhor os efeitos psicológicos da pandemia, foi feito um estudo que os dividiu em 5 fases:

Fase 1- Ansiedade e surpresa: sentimento de impotência e preocupações com a família e o futuro.

Fase 2- Incertezas e angústias: convivência forçada com a família e isolamento social.

Fase 3 – Raiva, pânico, depressão: saturação e agravamento dos transtornos mentais. Aumento do uso de álcool e drogas. Surgimento de pensamentos suicidas. Violência doméstica.

Fase 4 – Substituição do medo pela negação: início da descompressão e esperança pelas flexibilizações sociais e pelo possível desenvolvimento da vacina.

Fase 5 – Trauma e luto mal elaborado: momento atual.

Imagem: Pexels (David Garrison)

Coronofobia

Com a pandemia e o medo do vírus, um novo termo surgiu. Sendo um dos efeitos psicológicos mais comuns nesse pós-pandemia, a coronofobia pode ser definida:

“Termo usado para definir o medo, a preocupação e a ansiedade em contrair a Covid-19. E também para definir os impactos psicológicos e os prejuízos funcionais provocados nas pessoas que contraem a doença”.

Os medos mais comuns são:

-Morte ou ficar gravemente doente;
-Contaminar outros;
-Repercussões econômicas envolvidas.

Para identificar se alguém sofre de coronofobia, que é um transtorno mental, e necessita de tratamento, há uma lista dos principais sintomas.

Principais sintomas:

-Ansiedade (incluindo pânico e ansiedade generalizada);
-Depressão;
-Angústia;
-Comportamentos obsessivos (Ex.: Lavar as mãos a todo momento);
-Acumulação (Ex.: Compra excessiva de alimentos);
-Paranoia;
-Reações de evitação;
-Sensação de desesperança;
-Ideação suicida;
-Atos consumados de suicídio.

Medo – Conheça alguns tipos de manifestações

O tema da coronofobia está relacionado a um medo excessivo. Logo, é importante entender mais sobre ele e suas manifestações. Traremos 3 tipos de manifestações do medo.

1° Fisiológica: o medo desencadeia uma reação de luta ou fuga. São sintomas comuns: tremores, palpitações, vertigens, alterações no sono e no apetite.

2° Comportamental: comportamentos que reforcem a segurança em relação à saúde (Ex.: Lavar as mãos com frequência, etc) e comportamentos evitativos (Ex.: Evitam-se os transportes públicos, lugares fechados, encontrar pessoas, etc)

3° Cognitiva: podem surgir pensamentos disfuncionais (Ex.: “ Vou morrer se pegar o vírus”.); crenças irracionais e comprometimento da atenção. Pode desencadear quadro ansioso ou depressivo e respostas emocionais como raiva ou tristeza.

Consequências da Coronofobia

-Interferência na rotina diária;
-Surgimento de sentimentos negativos;
-Incerteza sobre a normalização da vida;
-Sensação de vulnerabilidade frente à doença;
-Noticiário negativo e Fake News reforçam a preocupação;
-Sensação de vulnerabilidade quando pessoas famosas adoecem;
-Potencialização de transtornos mentais pré-existentes;
– O surgimento de novos comportamentos e a necessidade de evitar alguns hábitos (Ex.: Uso da máscara; tocar o rosto) pode desencadear TOC;
-Apreensão ao retorno às atividades cotidianas;
-Relutância dos pacientes a procurarem serviços de saúde para exames e tratamentos de rotina, favorecendo o aparecimento e/ou  o agravamento de outras doenças.

Como lidar com as emoções

Apresentado o problema, fica o questionamento: Como lidar com todas essas emoções que temos vivenciado?

As reações emocionais ao estresse da pandemia são normais, porém quando a falta de controle emocional começa a atingir outras áreas da vida familiar, conjugal e profissional, está na hora de parar, avaliar, e buscar ajuda profissional.

Sugestões para reduzir o estresse e evitar a crise de pânico

Imagem: Pexels (Joshua Miranda)

-Se manter ativo nas redes sociais, interagindo com familiares e amigos;
-Obter informações de qualidade, cuidado com as Fake News;
-Evitar notícias tristes e negativas;
-Buscar um ócio criativo, faça o que gosta, desenvolva-se;
-Manter sempre o humor, busque sempre o lado positivo das coisas;
-Faça atividade física regular, isso auxilia na liberação de hormônios importantes;
-Mantenha alimentação saudável. Corpo são, mente sã;
-Praticar yoga e meditação auxiliam na redução do estresse;
– Gerencie suas preocupações, angústias e frustrações.

O que é o luto?

Estamos constantemente em contato com o luto. As formas de lidar com ele variam de acordo com a pessoa. Para encontrarmos a melhor forma de enfrentá-lo, é necessário primeiro entender do que se trata.

O luto é um processo natural que ocorre em reação a um rompimento de vínculo. O luto abarca situações relacionadas ao contexto de perdas em geral, seja o falecimento de um ente querido, mudança de um papel social ou a perda de uma possibilidade de futuro.

É a sensação de que “algo nos foi tirado”, algo que era tão nosso que não deveria, absolutamente, ter sido tomado.

Algumas pesquisas sugerem um aumento na intensidade e no prolongamento dos sintomas vivenciados pelo luto, devido:

-Falta de oportunidade de oferecer amparo presencial ao ente querido;
-Sensação de impotência;
-Ao isolamento dos doentes;
-Morte sem despedida aumentou a sensação de vazio;
-Impossibilidade de realizar os rituais pós-morte em cada cultura.

Cada pessoa vivenciará o luto de maneira singular, ora orientada para a retomada da vida, à ressignificação e aceitação da perda, às novas conexões e projetos; ora orientada para a perda em si, o contato com o sofrimento e a expressão dessa dor.

Diante de todas essas emoções a que fomos expostos e que nos acompanharão durante algum tempo, podemos tomar algumas atitudes frente a essa retomada da vida no pós-pandemia.

A mensagem final a ser considerada é:

Valorize o hoje, ame as pessoas ao seu redor hoje e não deixe para amanhã.

Ame a si mesmo, cuide da sua saúde física, mental e emocional. Não cobre-se tanto, se dê tempo para retomar a vida naturalmente. Seja grato pelo hoje, por suas realizações diárias, pelos desafios e dificuldades vencidas.

Hoje é o dia mais importante da sua vida, viva-o com intensidade.

Confira abaixo o conteúdo completo e detalhado do tema:

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