COP30 em Belém fecha com avanços no financiamento climático, mas sem mapa do caminho para deixar os combustíveis fósseis. Grupo árabe bloqueia proposta.
A COP30, realizada em Belém entre 10 e 22 de novembro de 2025, terminou com avanços importantes. Contudo, também com grandes frustrações, especialmente no que tange à transição dos combustíveis fósseis.
Apesar da formação de um movimento com mais de 80 países em apoio a um roadmap para afastar o planeta dos fósseis, essa pauta não foi incorporada ao documento final. Ela foi bloqueada por grandes produtores como Arábia Saudita, Rússia e Índia.
Nesse sentido, entre as conquistas da COP30 está o “Pacote de Belém”, que traz 29 decisões focadas em temas como transição justa, financiamento climático e adaptação aos impactos das mudanças climáticas.
Destacam-se a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre e o compromisso de triplicar o financiamento para adaptação climática até 2035, iniciativas que dão suporte a países em desenvolvimento.
Assim, também houve avanços na agenda de justiça social, com o reconhecimento do racismo ambiental e a inclusão dos direitos humanos e dos povos indígenas no debate climático.
No entanto, o mapa do caminho para a transição energética baseada em energias limpas ficou de fora, causando críticas de especialistas e movimentos da sociedade civil.
Leia também:
– Marcha Global pelo Clima reúne 70 mil pessoas em Belém e clama por justiça climática
– Brasil lidera fundo inovador para proteger florestas tropicais com grande apoio na COP30
– Guia para escolas mais verdes e resilientes
Combustíveis fósseis e fim do desmatamento
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, anunciou que o Brasil vai liderar dois relatórios científicos voluntários para propor, fora da agenda oficial. Um roadmap para a transição dos combustíveis fósseis e outro para o fim do desmatamento, tentando manter o debate vivo até a próxima conferência, em 2026, na Turquia.
Do mesmo modo, o Brasil, representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a importância dessa transição desde o início. Ele destacou o papel do G20 na construção de um novo modelo econômico menos dependente de fontes poluentes. Lula afirmou que, apesar dos obstáculos em Belém, a semente desse debate “irá frutificar, mais cedo ou mais tarde”.
Por fim, a COP30 deixa uma mensagem clara: embora tenha avançado em financiamento e justiça climática, o mundo ainda resiste em enfrentar de forma decidida a eliminação dos combustíveis fósseis, um passo vital para conter o aquecimento global e cumprir o Acordo de Paris.
Fonte: Capital Reset
