Texto por Ellen Costa
Para quem ainda não tem familiaridade com o termo, os “resíduos sólidos” são todos os materiais que não têm mais serventia para uso, aqueles produzidos em nossas casas, estabelecimentos comerciais, indústrias, hospitalares e instalações físicas em geral. Lixo doméstico ou produtos dentro dos processos de uma empresa. Em outras palavras, eles chegam ao fim de sua vida útil e por isso, são descartados.
É importante pensar que esses resíduos podem ser perigosos ou não para o meio ambiente, para a contaminação dos rios e para a vida e saúde das pessoas. Exatamente por isso, a lei 12.305/10 diz que esses resíduos devem ter uma destinação ambientalmente correta. E deve ser feita por algum agente autorizado e com licenciamento ambiental para tal atividade.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), também conhecida como Lei nº 12.305/10, é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.
Ela busca organizar e regular a forma com que o País lida com os resíduos e exige transparência dos setores públicos e privados no que diz respeito ao gerenciamento desse lixo.
Esta política pública propõe o conceito dos 3Rs num trabalho de educação ambiental. São eles: redução de consumo (onde entra o consumo consciente), a reutilização de materiais e por último a reciclagem (que é quando pega-se esse material e o transforma em matéria-prima para outros usos). Por fim, trata também do encaminhamento e tratamento desses resíduos.
Lembrando que essa ordem de prioridade dos 3Rs é muito importante: primeiramente se reduz o consumo para depois reciclar o que for possível.
A PNRS propõe hábitos sustentáveis de consumo, além de conter instrumentos que incentivam a reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos sólidos, bem como a destinação ambientalmente adequada dos dejetos e até o fim dos lixões a céu aberto.
Pensando na importância disso, o Movieco realizou uma Pesquisa de percepção ambiental chamada “Cidadania na gestão de resíduos em Barueri”, trazendo os Resíduos Sólidos” como tema.
Ao todo, 168 pessoas da comunidade de Barueri responderam ao questionário – aplicado entre janeiro e março deste ano – e trouxeram suas percepções e práticas sobre o descarte do lixo, além de darem também sua opinião sobre a instalação da incineradora no bairro Aldeia de Barueri – projeto controverso que tem sido alvo de contestação por parte da própria comunidade.
Quanto à faixa etária das pessoas que responderam à pesquisa:
idade entre 18 e 25: 11 pessoas
idade entre 26 e 35: 30 pessoas
idade entre 36 e 45: 43 pessoas
idade entre 46 e 60: 68 pessoas
idade acima de 60: 16 pessoas
Vamos conferir os resultados?
Sobre a instalação da Usina de Incineração de Resíduos em Barueri
Um dos assuntos mais importantes em Barueri tem sido a instalação de uma Usina de Incineração de Resíduos no bairro Aldeia de Barueri. Também perguntamos a opinião dos moradores sobre isso:
- 82,1% das pessoas disseram que SÃO CONTRA A INSTALAÇÃO;
- 13,7% das pessoas disseram que NÃO ENTENDEM DO ASSUNTO;
- 4,2% das pessoas disseram que SÃO A FAVOR.
Também perguntamos se os moradores se preocupam com a sua saúde em função da queima de 870 toneladas de lixo por dia em Barueri:
- 81% das pessoas disseram ESTAR MUITO PREOCUPADAS;
- 14% das pessoas disseram ESTAR PREOCUPADAS;
- 3% das pessoas disseram ESTAR POUCO PREOCUPADAS;
- 0,6% das pessoas disseram NÃO TER NENHUMA PREOCUPAÇÃO.
Na avaliação dos moradores sobre quem se beneficiará com a instalação de uma empresa de incineração em Barueri:
- 82,7% das pessoas disseram que A EMPRESA E SEUS ACIONISTAS;
- 57,7% das pessoas disseram OS POLÍTICOS;
- 5,4% das pessoas disseram O MEIO AMBIENTE;
- 3,6% das pessoas disseram A POPULAÇÃO.
Sobre uma possível compensação ambiental por parte das empresas que lucram com resíduos na cidade:
- 48,5% das pessoas disseram que SIM;
- 30,4% das pessoas disseram NÃO;
- 21,4% das pessoas NÃO SOUBERAM DIZER.
Os moradores também opinaram sobre confiar ou não no órgão licenciador estadual, a Cetesb, em relação à incineradora de resíduos em Barueri:
- 63,1% das pessoas disseram NÃO;
- 33,9% das pessoas disseram SIM;
- 3% das pessoas NÃO SOUBERAM DIZER.
Sobre a possibilidade de o prefeito e os vereadores vetarem a instalação da incineradora na Aldeia de Barueri:
- 82,1% das pessoas disseram SIM;
- 13,1% das pessoas NÃO SOUBERAM DIZER;
- 4,8% das pessoas disseram NÃO.
Sobre as áreas que uma incineração de resíduos poderá afetar, os moradores disseram:
Também perguntamos se eles gostariam de participar de um coletivo de pessoas para debater e entender melhor a questão dos resíduos em Barueri:
Sobre os resíduos sólidos
Quando o assunto é cuidar do planeta, a população se mostrou participativa:
- 56,3% das pessoas disseram que SÃO COMPROMETIDAS;
- 35,3% das pessoas disseram que SÃO MUITO COMPROMETIDAS;
- 7,8% das pessoas disseram que SÃO POUCO COMPROMETIDAS;
- 0,6% Das pessoas disseram NÃO TER NENHUM COMPROMETIMENTO.
Quando perguntamos sobre a prática de consumo consciente pensando no ciclo de vida do produto:
- 76% das pessoas disseram que SIM;
- 15% das pessoas disseram que NÃO;
- 9% das pessoas disseram que “Não sabem o que isso significa”
Também perguntamos sobre a reciclagem dos resíduos utilizados de forma doméstica:
- 77,4% das pessoas disseram que RECICLAM;
- 16,1% das pessoas disseram ÀS VEZES RECICLAM;
- 6,5% das pessoas disseram que NÃO RECICLAM.
E sobre reutilizar os resíduos (dando outra finalidade ao produto, não descartando-o simplesmente):
- 42,9% das pessoas disseram que SIM;
- 41,7% das pessoas disseram ÀS VEZES;
- 15,5% das pessoas disseram que NÃO.
Sobre ter dúvidas se algum tipo de material é reciclável para enviar à coleta seletiva:
- 50,6% das pessoas disseram que NÃO;
- 39,9% das pessoas disseram QUE ÀS VEZES TÊM DÚVIDAS;
- 9,5% das pessoas disseram que SIM.
Sobre ter onde descartar corretamente os resíduos especiais como pilha, bateria, eletrônicos, lâmpadas, raio-x, remédios etc:
- 37,5% das pessoas disseram que SIM;
- 22,6% das pessoas disseram que NÃO;
- 20,8% das pessoas disseram que SABEM DESCARTAR A GRANDE MAIORIA;
- 19% das pessoas disseram que ALGUNS RESÍDUOS TRAZEM DÚVIDAS.
Também perguntamos se o caminhão de coleta seletiva estava atendendo no bairro ou rua do morador:
- 40,5% das pessoas disseram que ele passa 2 VEZES POR SEMANA;
- 29,2% das pessoas disseram que ele passa 1 VEZ POR SEMANA;
- 18,5% das pessoas disseram que ele passa 3 ou MAIS VEZES POR SEMANA;
- 8,9% das pessoas disseram que O CAMINHÃO NÃO PASSA NO BAIRRO;
- 3% das pessoas disseram que ele passa QUANDO SOLICITADO.
Sobre os moradores realizarem a compostagem de resíduo orgânicos em suas casas:
- 43,5% das pessoas disseram que NUNCA REALIZARAM COMPOSTAGEM EM CASA;
- 29,2% das pessoas disseram que NÃO REALIZARAM COMPOSTAGEM COM FREQUÊNCIA;
- 19% das pessoas disseram que FAZEM COMPOSTAGEM COM FREQUÊNCIA;
- 8,3% das pessoas disseram que NÃO SABEM FAZER COMPOSTAGEM.
Para entender mais sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), acesse a Biblioteca Ecológica do Movieco. Lá também há materiais para download.