Guia para escolas mais verdes e resilientes

Saiba como a infraestrutura escolar pode promover o desenvolvimento integral, a saúde, e preparar as escolas para enfrentar as mudanças climáticas com soluções sustentáveis e inovadoras.

O guia “Educação Baseada na Natureza” surge como uma resposta urgente e necessária para preparar as escolas brasileiras diante da crise climática que já afeta milhares de estudantes, professores e comunidades escolares no país.

Mais do que reformas físicas, este material convida gestores, educadores e comunidades a colocarem a natureza no centro da educação, fortalecendo o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes e aumentando a resiliência das escolas às mudanças climáticas.

Nesse sentido, eventos climáticos extremos como ondas de calor, enchentes e secas têm comprometido o direito à educação. Isso ocorrer já que grande parte das escolas públicas brasileiras não foram planejadas para enfrentar essa nova realidade. Além disso, estes fenômenos impactam diretamente no conforto térmico, saúde e desempenho acadêmico dos estudantes, além de afetarem professores e toda a comunidade escolar.

Por fim, a desvantagem é ainda maior em escolas localizadas em áreas vulneráveis, afetando principalmente populações negras, indígenas, periféricas e comunidades tradicionais.

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Educação baseada na natureza (EbN): uma abordagem Transformadora

A EbN propõe tratar a infraestrutura escolar como um elemento fundamental para garantir educação de qualidade, segurança e bem-estar. Inspirada em saberes ancestrais e práticas científicas, a abordagem integra Soluções Baseadas na Natureza (SbN) para promover ambientes escolares mais verdes, confortáveis, produtivos e educativos.

Jardins de chuva, telhados verdes, áreas permeáveis, hortas escolares, salas de aula ao ar livre e espaços para brincar naturalizados são alguns exemplos práticos que favorecem a regeneração ambiental no ambiente escolar.

Além de melhorar a climatização natural e a qualidade do ar, essas soluções contribuem para a gestão sustentável da água, aumento da biodiversidade, conforto térmico e redução do impacto dos desastres naturais nas escolas.

A presença da natureza também estimula o aprendizado interdisciplinar, o protagonismo dos estudantes e o vínculo comunitário, promovendo atitudes críticas e cuidando da sociobiodiversidade local.

Transformar as escolas em espaços verdes e resilientes exige governança compartilhada e participação ativa da comunidade escolar — estudantes, famílias, educadores e profissionais da educação — desde o diagnóstico das necessidades até a implementação e manutenção das intervenções.

O guia recomenda atividades de sensibilização, formação de grupos de trabalho, diagnóstico territorial e o planejamento de soluções adaptadas às condições bioclimáticas e culturais de cada região.

Escolas mais verdes e resilientes não beneficiam somente sua comunidade interna, mas também fortalecem as cidades, ampliando áreas verdes urbanas, melhorando a qualidade de vida e criando espaços públicos de encontro e refúgio climático para toda a população. Esse trabalho contribui para a construção de territórios mais inclusivos, sustentáveis e preparados para os desafios ambientais do século XXI.

Convite à ação

O guia conclama gestores públicos, educadores e sociedade civil a agirem agora para adaptar as escolas brasileiras, valorizando saberes locais, culturais e ancestrais, e construindo um pacto social pela regeneração ambiental e climática.

Por fim, transformar escolas em territórios vivos de ensino, aprendizagem, brincar, cuidado e convivência com a natureza é fundamental para garantir uma educação de qualidade e inclusiva, que prepara crianças e adolescentes para o futuro.

Este conteúdo foi retirado do Guia Educação Baseada na Natureza.

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